A Serasa Experian realizou um levantamento que registrou 187 pedidos de recuperação judicial no Brasil apenas no mês de março deste ano.
Dentre esses, chama a atenção o fato de que 140 foram apresentados por micro e pequenas empresas, evidenciando a fragilidade desse segmento diante do cenário econômico atual.
Segundo especialistas, esses empreendimentos são mais vulneráveis a pressões financeiras, o que explica a predominância de micro e pequenas empresas entre os pedidos de recuperação. Além da crise financeira generalizada, outros fatores contribuem para esse fenômeno, como a dificuldade de acesso a capital de giro, o alto custo do crédito e a retração da demanda em determinados setores da economia.
Paralelamente, também foi observado um aumento nos pedidos de falência, que somaram 60 solicitações no mesmo período.
Especialistas apontam que o crescimento da judicialização pode ser reflexo da
ausência de incentivos e da ineficácia de medidas voltadas à utilização de
instrumentos extrajudiciais, como renegociações e mediações de dívidas, capazes de prevenir a deterioração financeira das empresas de forma mais célere e eficiente.
Diante desse contexto, torna-se evidente que a predominância de micro e
pequenas empresas entre os pedidos de recuperação judicial não é mero acaso,
mas resultado de uma combinação de fragilidades estruturais e ausência de
suporte adequado.
Estagiária Júlia Bocchese
Crippa Rey Advocacia Empresarial
REFERÊNCIAS
CARTACAPITAL. Recuperação judicial cresce em março e microempresas
concentram 75% dos pedidos. 17 maio 2025. Disponível em: https://www.cartacapital.com.br/do-micro-ao-macro/recuperacao-judicial-
cresce-em-marco-e-microempresas-concentram-75-dos-pedidos/. Acesso em:
21 maio 2025